sexta-feira, 4 de março de 2016

MOLECAGEM..

Fazia dois anos que minha mulher havia arranjado outro homem e se divorciado de mim. Ela conseguiu a guarda do nosso filho de 15 anos, mas meu filho a forçou a fazer um acordo ou iria fazer de tudo para ficar só comigo. Ele também gostava de vir porque eu lhe dava liberdade, precisava ir trabalhar toda manhã e ficava com a casa só para si. Sempre contei a rebelião dele com a mãe como uma vitória para mim. Por isso aumentei minha vontade de lhe agradar, algumas vezes passando dos limites para fazer seus gostos. Eu sentia muito ódio pela minha ex-mulher. Não podia me dar o luxo de perder meu filho também. Por isso, nunca o criticava quando ele trazia aquele seu amigo estranho para minha casa, um garoto obviamente mais velho e com cara de perigoso, que sempre carregava no rosto uma expressão desafiadora. Meu filho o chamava de Urso, embora eu duvidasse que fosse seu verdadeiro nome. Alto, forte e de cabelo quase completamente raspado. Claro que quando Urso visitava minha casa e ficava andando para lá e para cá com meu filho, deixava minha boca calada e só me permitia observar atentamente por alguma coisa que fosse incriminadora. Embora nunca tivesse visto ou escutado entre eles que pudesse ser considerado errado, não conseguia olhar para o rosto do Urso e achar que aquele rapaz era uma boa companhia para meu filho. Meu filho bateu na porta e quando a abri, ele entrou carregando uma mala e Urso entrou logo atrás carregando outra mala. Piscando para os dois, confuso, lutei contra a vontade de fazer a pergunta incômoda do que ele estava fazendo na minha casa. Ele iria dormir ali? Se essa era a ideia, meu filho não me consultou. Como mágica, a mãe dele ligou pouco tempo depois, tirando de mim os pensamentos de Igor e Urso, deixando no lugar a preocupação de passar na cara da minha esposa que o nosso filho já havia chegado e parecia muito feliz de estar ali. Atendi o telefone enquanto fechava a porta. “Alô.” “Ele já chegou?” perguntou ela, com um falso tom amigo. “Acabou de chegar. Trouxe muita bagagem.” Deixei de fora a parte de ter trazido o amigo, o qual tinha certeza que ela não aprovava assim como eu. “Ele só fica o final de semana, Jorge” ela fez questão de lembrar. “Mas se ele quiser ficar mais uns dias é claro que você vai deixar, não é? Quer prender o garoto na sua casa? Ele já é bem grandinho e eu-“ já estava prestes a dizer que era o pai dele quando ela me interrompeu. “Só o final de semana!” Podia sentir o humor de minha ex-mulher escurecendo, o que trouxe um sorriso aos meus lábios. “Vamos deixar o Igor decidir” ofereci. “Eu tenho a guarda, quem decide sou eu.” “Mas se ele gosta de ficar aqui, que mal tem?” “Só liguei pra saber se ele tinha chegado. Passar bem.” Ela tinha perdido a paciência. Dei uma risada enquanto desligava o telefone. Alguém fez um barulho atrás de mim, fazendo-me virar rápido. Os olhos de Urso estavam brilhando de diversão enquanto ele ajeitava o sofá da sala, ao comando do meu filho, com certeza. Não era muito de falar. Quando falava, só algumas palavras. Achava que tinha algum tipo de problema. Mais uma razão para querê-lo longe de meu filho. No entanto, a conversa com minha mulher havia me deixado de bom humor, portanto o ignorei. Meu filho saiu do quarto usando só uma bermuda. Pelo menos o amigo dele não tirava disso a ideia de que podia ficar sem camisa também. Igor se aproximou de mim. “Falou com mamãe?” perguntou. “Acabou de desligar na minha cara.” “É por isso que tá de bom humor, velho?” ele disse. Meu sorriso morreu, ele sabia que não gostava que me chamasse de velho. Igor fez um barulho na garganta, percebendo a minha reação, mas não disse nada. “Vai fazer algo pra gente comer?” perguntou ele. “Eu estava pra sair” disse. “Urso tá com fome.” Uma pessoa normal diria que não estava com fome na casa dos outros. O rapaz Urso olhou para trás no sofá onde estava sentado e sorriu como um maníaco, sem dizer uma palavra. Suspirei. Fui preparar a comida, havia carne para assar e um resto de macarrão que esquentei no microondas. Igor e Urso vieram na cozinha para guardar na geladeira, e agora eu sabia o motivo de tanta bagagem, as cervejas que haviam comprado. Observei os dois atentamente. Igor nunca tinha trazido bebida na minha casa. Agora meu filho e seu amigo estavam estufando minha geladeira enquanto eu só olhava, mas era como se nem estivesse ali. Meu filho se retirou, mas seu amigo ficou. Foi um esforço para manter a boca fechada. Senti minha cabeça latejando com a raiva que sentia. Urso, que estava ajoelhado e de costas para mim, virou o rosto como se sentisse o meu olhar. “Que foi?” perguntou. A bruscalidade da pergunta deixou-me sem reação. “O que disse?” “Que é que tá olhando?” A fúria finalmente me venceu. Dei um riso como se estivesse achando graça da situação. “Estou olhando para um delinquente tentando fazer a cabeça do meu filho. Posso deixar você vir na minha casa, mas não vou tolerar seu desrespeito não, rapaz!” Urso me olhou por um segundo e não pareceu nem um pouco incomodado com meu comentário. “Não deixe minha comida queimar.” Ele voltou a guardar as cervejas na geladeira. Estava quase acabando. Fiquei de boca aberta, sem acreditar. “Olhe aqui, eu- meu filho- eu não-“ gaguejei. Urso acabou de colocar as cervejas e se levantou. Era mais alto que eu por um palmo. Foi como se percebesse o tamanho enorme pela primeira vez quando ele se aproximou de mim daquela forma ameaçadora. Olhou pelo meu ombro e não viu sinal do meu filho. O rosto não estava diferente do que sempre era, fechado e mal humorado. “Você sabe que vai fazer de tudo pra agradar seu filho, ele sabe também, então porque não fica caladinho e faz o que a gente manda, ham?” Urso deu um tapa no meu rosto, fraco, inofensivo, quase delicado. Mas que, acompanhado das palavras anteriores, doeu. Caminhou para fora da cozinha como se nada tivesse acontecido. Entrei num estado de desespero até que decidi fingir que nada havia acontecido. A comida ficou pronta. “Traz aqui para nós!” gritou Igor. “Dois pratos.” Meu estômago se revirou com o pedido, que feria meu orgulho. Considerei negar aquilo ao meu filho, mas não podia fazer isso. Levei a comida em dois pratos. “E nem está queimado.” Urso comentou, de uma forma aprovadora que sabia que iria me deixar incomodado. Igor o olhou estranho e deu de ombros, sem entender. Só eu entendi. Melhor assim. Ainda disposto a esquecer tudo, saí de casa sem dizer uma palavra. Voltei só mais tarde, não me orgulho de dizer que bebi um pouco. Encontrei a casa desarrumada, latas de cerveja por todos os lados e fiz uma careta de desgosto, pensando em um jeito de fazer meu filho parar de ver aquele mal elemento. Era ele claramente o responsável por... Urso, só de cueca, caminhou para fora do corredor onde estavam os quartos, ele estava com a atenção voltada para o celular enquanto coçava o saco com a outra. Quando me viu, parou subitamente. Eu lembrei da nossa conversa e evitei seu olhar, indo para a cozinha para beber um pouco de água, precisava me acalmar. Ele me seguiu. Girei meu corpo para encará-lo, segurava a garrafa de água. Urso apoiou seu corpo no balcão de cerâmica, olhando-me diretamente e seriamente. “Acho que seu filho bebeu demais” disse ele. “É claro que você não tem nada a ver com isso.” “É claro.” Não consegui notar nem um pingo de ironia. “Eu não bebo.” Bufei, virando-me para colocar água num copo. Não gostava de conversar com ele e queria que se afastasse. Sentia muita culpa de ter deixado meu filho trazer a cerveja, mas não conseguia falar nada. “Não acredita? Venha cheirar meu hálito.” “Não, obrigado.” Olhei seu rosto quando sorriu, suspirei. “Não quero você andando de cueca pela minha casa.” “Assim é melhor?” perguntou. Tirou a cueca. Seu pau estava meio ereto, era circuncidado e parecia que não gostava de aparar os pelos. Ele se virou, mostrando a sua bunda branca. Não conseguia parar de encarar. Quase derrubei o copo de água que segurava com mãos trêmulas. Ele encostou a bunda nas costas do sofá, encarou-me sem nenhum tipo de emoção no rosto. Tomei a água o mais rápido que pude. A sua completa falta de pudor deixava-me completamente sem jeito, até sentia um certo medo. Queria aquele indivíduo longe da minha casa, lutei para encontrar uma forma de dizer isso ao meu filho sem que despertasse seu desprezo por mim. Pensando nele, escutei os passos pelo corredor. Estava usando uma bermuda preta, realmente parecia cambaleante e tonto. Estava prestes a falar com ele quando percebi que estava indo na direção do seu amigo de uma forma quase desesperada. Urso virou seus olhos para mim, não sorriu, mas seus olhos brilharam. Meu filho se aproximou e beijou seu pescoço, segurou seu membro com a mão. Todas as palavras fugiram de mim, encontrei-me impossibilitado de fazer qualquer som que despertasse sua atenção para mim. Imóvel como uma estátua, assisti ao meu filho tocar amorosamente seu amigo. Senti uma coisa presa na garganta. Raiva, choque, tristeza... “É melhor você olhar para trás” disse Urso no ouvido de Igor, alto o suficiente para que eu escutasse. Não duvidei por um segundo que ele não estava gostando daquilo. Estava em seus olhos, e no tom da sua voz. Antes que meu filho se virasse, eu me abaixei no chão da cozinha, e fui de quatro me esconder atrás do balcão. Sabia que meu filho me visse depois do que acabou de fazer, toda a nossa relação iria acabar. Precisava fingir que nada daquilo havia acontecido. Mas se dependesse do amigo dele... “Olhar o quê?” Igor perguntou. A voz estava diferente, mais aguda, manhosa. Pelos estralos que escutei, sabia que um estava beijando o outro. Não queria imaginar quem estava fazendo o quê. “Nada” grunhiu o outro. Fiquei surpreso por suspirar de alívio. Só precisava esperar que saíssem dali para que pudesse me trancar no quarto, era tarde da noite, eu estava com frio e me sentia muito cansado física e emocionalmente. Em vez de passos, escutei mais estralos de beijos. Meu filho gemeu. “m’sede, pegar outra cervej” disse meu filho, o discurso claramente afetado pelo álcool. Mas ele não poderia entrar na cozinha. Meu coração acelerou. “Não. Hoje mais não.” Igor gemeu num protesto infantil, mas Urso fez algo que o fez gemer. “Só vai beber minha porra hoje.” Eu tampei os ouvidos, não querendo escutar aquelas coisas, mas foi o mesmo que nada, só ouvi as coisas de uma forma mais abafada. “Ajoelhe, assim, abra a boca, mais, abra mais,” escutei o som de um tapa. “Assim, safado, só a cabeça, mama, lambe, não cuspa... seu viado, sua puta” a cada palavra de Urso, sentia algo no meu peito apertar, minha garganta ficar mais presa, meus olhos se fechavam mais fortes. Escutei o som horrível de meu filho se engasgando. Ele tossiu alto. “Quer que goze na sua boca?” a voz grossa de Urso perguntou. “Hum hum” confirmou Igor, de uma forma complacente e dengosa. “Gosta do meu leitinho?” “Gosto.” Igor mal acabou de falar a palavra e fez um barulho como se algo muito grande estivesse entrando pela boca. Urso gemeu... “Aí vem, não deixe nada cair... engole tudo, minha puta, vá para o quarto agora,” escutei o som de um beijo e um tapa. “Me espere de quatro na cama” ele disse. Escutei os passos do meu filho se afastando. Suspirei alto, prestes a chorar, segurei minhas lágrimas enquanto me apoiava no chão. Se me esforçasse bastante, poderia fingir que nada havia acontecido. “Tudo limpo” Urso falou por cima de mim. Olhei, ele estava me encarando. Um sorriso debochado no rosto. Atirei-me para cima dele com toda a minha força. Poderia matá-lo naquele instante que não seria possível me controlar. Derrubei-o no chão sem me importar com o barulho, dei um soco na sua cara, mas ele segurou meu punho no murro seguinte. “Ele está bêbado, miserável filho da puta” sussurrei, enraivado. Fui empurrado para longe tão forte que bati a cabeça na parede mais próxima e logo perdi a vontade de avançar nele. “Coloque a culpa na bebida, se quiser, mas eu garanto que ele faz a mesma coisa quando está sóbrio” Urso disse. Percebi que ainda estava sem roupa e ereto, olhei para minha camisa branca e vi que a mancha úmida era de porra. Fiquei enojado. “Podia ter me parado a qualquer momento” Urso continuou, massageando o rosto onde o havia batido, “tava era gostando de ouvir seu filho me chupando” ele sorriu. “Gostando?” a ideia era tão absurda que fiquei em choque. “Ele deve está lá na cama de quatro me esperando, se quiser, posso deixar a porta aberta” falou. Quando não respondi, deu de ombros e foi para o quarto. Trancou a porta. Ignorei os grunhidos do quarto do meu filho ao passar pelo corredor, fui me deitar. Sentia-me completamente exausto. Nem tomei banho. A batida da cabeça na parede também foi responsável pela bela e tranquila noite de sono que tive. Acordei cedo e fui para a cozinha fazer o café. “m’dia pai” falou Igor ao entrar na cozinha, a cara de ressaca era clara. “Bom dia.” Ele pegou um prato, colocou comida e foi para a sala. Urso veio logo em seguida. Eu estava sentado na mesa acabando de escrever algo para o trabalho, não olhei para ele. Sentia a aproximação e tudo de ruim que sua presença me causava. Fora isso, mantive o controle. Uma mão alisou meu cabelo e outra meu pescoço. “Dormiu bem?” perguntou, próximo ao meu ouvido. Mais uma vez, a surpresa me deixou sem reação. Olhei para a sala, meu filho pareceu não ter escutado. “O que está fazendo?” “Perguntando se dormiu bem” respondeu, como se eu fosse um doente mental. Seu rosto estava próximo do meu, o suficiente para que pudesse sentir seu hálito. Ele falava de um modo brusco e ignorante, tinha o rosto quadrado quase sempre sério, por isso a pergunta em si foi o que me deixou fora de mim. “B-bem” falei. Começava a achar que ele era maluco. Ele beijou minha bochecha. Meu corpo se arrepiou. Não sabia o que estava acontecendo. “Se estiver muito estressado, eu posso ajudar” falou. “Quer chupar meu pau?” “Não. Fique longe de mim.” Olhei para o meu filho ainda vidrado na TV. A qualquer momento poderia se virar e ver o que estava acontecendo. Quase desejava que ele o fizesse. “Não vou ficar” respondeu. “Você não me entendeu” falei rápido. Ele começou a passar a mão pelo meu peito, mas eu a empurrei para longe. “Há quanto tempo que não fode com ninguém?” “Não é da sua conta!” sussurrei, já desesperado. Ele beijou minha bochecha. “Um beijo e eu paro” falou. “Você é doido. Doente.” Ele virou meu rosto e me beijou, eu não abri os lábios. “Um beijo de verdade. É melhor se apressar, seu filho vai sentir saudades de mim.” Ele empurrou a língua para dentro da minha boca. Fechei os olhos, não querendo acreditar que aquilo estava acontecendo. Urso agarro no meu pescoço, forçou nossas bocas, impedindo minha respiração. Eu estava fazendo o possível para não fazer barulho, não estralar nossas bocas do jeito que eles estavam fazendo ontem. Lembrei-me que não deveria lembrar disso. O beijo acabou e ele se afastou da cozinha com seu prato na mão. Fiquei parado, sentindo os lábios doloridos e a mente meio embriagada. Na verdade, havia muito tempo que não beijava alguém. Não sabia se aquela estranheza era porque tinha sido um homem ou se já havia me esquecido de como era. Eu já estava atrasado para o trabalho. Ignorei o sorriso de Urso quando passei pela sala a caminho da porta. Minha casa havia se tornado num lugar que, no momento, repelia-me. Só precisava arranjar uma desculpa para proibir a presença de Urso. No entanto, não consegui pensar em nada, minha cabeça inundada de acontecimentos estranhos e sentimentos intensos, os quais fazia de tudo para oprimir. Como um sinal, minha mulher ligou no trabalho. Ao ver seu nome no celular, descobri que meu ódio por ela era ainda maior do que qualquer desprezo que sentia pelo amigo de meu filho. “Eu ainda tenho um dia” falei ao atender. Não segurei o veneno na voz. “Ele não quer ir embora.” Precisava despejar minha raiva em alguém e achei uma pessoa. “Eu sei, não foi por isso que liguei. Vi a foto que Igor postou no Facebook ontem à noite, aquele amigo dele estava aí na sua casa.” Ela não escondeu o desgosto pelo rapaz. Uma onda enorme de sentimentos misturados me possuíram. Odiava-o um segundo atrás, mas não podia perder a chance. “Ele está dormindo lá, sim, e até agora não vi problema nenhum. Ambos se comportam perfeitamente” menti. Fiquei surpreso com a facilidade que as mentiras passaram pela minha boca. Minha ex-mulher começou a falar algo, mas a cortei. “Se, e somente se, eles fizerem algo que eu não aprove, vou considerar mandá-lo sair de casa, até lá, espere ele voltar e aí tome as suas decisões. Não é como se eu ligasse pra você toda hora que ele postasse algo nas redes sociais. Passar bem.” Desliguei o telefone sem esperar resposta, sentindo-me mais calmo, confiante. Lembrei de algo que Urso havia me falado. “Você sabe que vai fazer tudo para agradar seu filho...” Isso era verdade. Mas a razão por trás disso, o motivo pelo qual eu precisava manter meu filho ao meu lado, era por causa daquela mulher horrível. Eu não dava a mínima, percebi naquele instante, para o que meu filho achava de mim contanto que no final das contas ele preferisse a minha casa. Eu sou, pensei comigo mesmo, uma pessoa perturbada. Mas já tinha feito minha decisão. Voltei para a casa cansado num fim de tarde quente e chuvoso. Entrei ensopado pela porta da frente e encontrei a casa da mesma forma que estava quando saí. Nenhum dos dois tinham sequer recolhido uma garrafa vazia de cerveja. Suspirei. Fui para a cozinha como de costume para beber um pouco de água. Logo depois iria tirar a roupa molhada, já estava tremendo de frio. Escutei um barulho atrás de mim. Não fiquei surpreso quando Urso apareceu, cara fechada, cabelo curto e quase raspado, barba pequena e mal feita. Nem um pingo de bom humor, só um brilho estranho nos olhos castanhos. Estava sem camisa, com certeza só para me deixar desconcertado, não duvidava. “Tô com fome.” “Então eu acho que é melhor você comer” falei, “Onde está meu filho?” “Bêbado... Mas ele não estava quando, você sabe,” ele fez um gesto horrível com as mãos e a cintura, como se penetrasse um grande traseiro invisível na minha frente. Meu estômago se revirou. “Está dormindo agora, grande Igor.” Vi um sorriso cruel. “Ótimo. Não quero acordá-lo. Faça um favor pra mim e fique em silêncio.” “E se eu não ficar em silêncio?” Seu rosto estava sério novamente, mas notei um tom de diversão na voz. “Igor vai acordar. Provavelmente vai querer que você, você sabe...” fiz um gesto com a mão apontando para ele. “Você deve estar cansado.” “Eu poderia foder o dia inteiro” gabou-se. “Acho que você não me entendeu. Não quis dizer que estava cansado, quis dizer que estava cansado dele.” “Oh” ele ainda parecia confuso. Eu sorri. “Sou eu que você quer.” “É?” “Claro que é.” Guardei a água na geladeira. Tudo ficou em silêncio. Ainda estava com frio enquanto andava pela cozinha. Podia sentir o par de olhos castanhos em mim. Sentia o interesse que irradiava dele. Não estava errado. Aproximei-me dele. Urso realmente pensou que a aproximação fosse algo mais pois fechou os olhos. “Claro que eu posso estar errado. Se esse for o caso,” sussurrei perto do seu rosto, “eu vou fechar a porta do meu quarto.” Um minuto se passou até que Urso percebesse que eu ainda estava parado sem fazer nada. Ele me olhou e pela primeira vez vi sua insegurança. Tornou-o mais permeável, eu estava mais no controle, conseguindo mais controle a cada momento, sentia-me mais forte e confiante. “Então?” perguntei curiosamente. “Não feche” ele disse, dando-me um sorriso tímido, como se estivesse passando para mim algum tipo de troféu, reconhecendo que eu havia ganhado uma batalha. “É só ter certeza de que Igor não vai acordar” falei indiferentemente enquanto me dirigia pelo corredor. Por dentro, eu senti um alívio enorme tomar conta. O nervosismo quase tomou conta. Nunca pensei que conseguiria manter as emoções tão escondidas daquela forma, mas no final das contas eu estava certo. Isso me deixou com um sorriso no rosto. Eu continuei no controle, na verdade, não perdi o controle da situação durante o resto do dia. Alguns minutos se passaram até que Urso chegasse no meu quarto. Foi para cima da cama quando o mandei, e me esperou encarando o teto. Eu nunca tinha feito nada com um homem, então decidi começar com o terreno mais conhecido. Subi na cama só de cueca e o beijei. Enquanto me beijava, descobri que Urso era mais maleável do que pensei, e suscetível a todo tipo de toque. Logo descobri o porquê de ele não estar satisfeito com meu filho. Ele gostava mesmo era de ser passivo. Descobri que isso era verdade quando ele se deitou e me deixou explorar sua bunda. Foi uma experiência não muito diferente, além do cheiro e da dureza, uma bunda de homem era incrivelmente parecida com a de uma mulher. No entanto, enquanto escutava ele gemer ao fazer as minhas maluquices com alguns dedos e a língua, ele era mais barulhento do que qualquer mulher na minha vida. Na verdade, meu filho deveria estar muito bêbado para não acordar. Sabia que ele queria dar a bunda para mim. Todo aquele papo que teve com meu filho, o qual eu achei que era para me humilhar, talvez até fosse, agora me ajudou a aprender do que ele realmente gostava, do quê ele gostava de ser chamado ou como ser tratado. O rosto rabugento e sem expressão de Urso adquiria todo o tipo de reação ao ser tocado. Um beijo, uma lambida, um dedo, cada coisa dava uma cor e uma luz nova a sua cara. Além de prazeroso, foi muito bom o foder de quatro, pude me liberar de todas as emoções fortes que guardava no peito, tudo que ele havia me feito passar agora se transformava numa foda violenta e vingativa, e a melhor coisa que já tinha me acontecido. Ele gostou. Adorou, na verdade. Era isso que queria desde o começo. Talvez desde quando visitou minha casa pela primeira vez. Sim, eu deveria ter percebido antes, mas era cego. Só queria pensar em dar o troco a minha ex-mulher e fui feito de trouxa pelo meu filho. Enquanto metia o pau duro no buraco apertado de Urso, até comecei a considerar a ideia de deixar ambos para lá, começar a viver daquela forma, mais livre. Urso com certeza estava adorando aquele meu lado. Xinguei ele de tanta coisa que até o diabo ficaria ofendido. Mas Urso era de material mais duro que o diabo, pelo que parecia. “Eu vou- vou- ahhhh” o rapaz, agora parecendo tão jovem quanto deveria ser, gozou na minha cara e com meu pau ainda dentro dele. “Ahhh, não, não era- eu devia- não queria ter acabado ‘gora” Ele estava com a respiração falhando e tinha dificuldade para falar as palavras corretamente. “’ozei muto rapdo” ele disse, empurrando e empinando a bunda. Estava muito cançado, e eu ainda não havia gozado. “Nam pare.” Eu estava sorrindo. “Descanse, não quero que morra na minha cama.” “Nãooooo” protestou quando tirei o pau da sua bunda. “Vire, fique de costas, assim, abra a boca.” Ele estava aberto e esbaldado na minha cama, o peito pálido e peludo subindo e descendo em respirações profundas. Abriu a boca obedientemente. “Você disse que meu filho era seu... mas você é o meu...” falei, masturbando-me com intensidade. “Meu viado. Minha puta.” Ele ficou de lábios abertos, esperando. Fez que sim com a cabeça, confirmando minhas palavras. Eu me esforcei mais e consegui explodir no seu rosto, jatos gostosos de porra voando diretamente na sua boca, que lambeu e procurou com a língua. “Acho que vou descansar” falou Urso, mais calmo e com mais controle de si próprio. Eu estava sentado na cama, já de cueca. “Dormir um pouco.” “Quando acordar, vai limpar a casa. Convença meu filho. Faça o que for preciso. Mas vai começar a me respeitar, você e ele, se quiserem continuar vindo aqui.” Ainda queria pisar na minha mulher, afinal. No entanto, também havia gostado do que acabara de acontecer, de ficar por cima.. Urso ficou em silêncio por muito tempo. Olhei para ele. Urso estava me encarando. “Seu filho não gosta muito de você. Acha que é um idiota. As palavras que ele usou foram exatamente ‘corno patético’”. Foi como se uma faca tivesse me furado. Mas Urso se sentou ao meu lado e beijou meu ombro, “Eu discordei dele, claro, mas você nunca demonstrou que era algo diferente, até agora...” Ele beijou meu ombro novamente. “Eu vou limpar a casa agora se quiser. Sozinho.” A faca, descobri agora, só me deu um corte de raspão. Eu sorri. “Você fica, dorme um pouco.” Ele assentiu e se deitou. Estava prestes a sair do quarto, checar meu filho, mas a porta estava bem trancada e, sinceramente, dane-se. Deitei-me ao lado daquele rapaz que parecia realmente gostar da minha presença e decidi que preferia isso.

1 comentários:

Anônimo disse...

Eita conto tesudo da porra! Bem que voce poderia postar uma foto sua e deste tal de urso pra eu gozar bem gostoso