quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Neto e Nelson
Ele era todo mauricinho.
Brincava sozinho de bola na garagem aberta do prédio.
Não tinha nenhum outro garoto naquele edifício, só ele.
O Prédio tinha duas saídas de carros:
Uma principal pela frente do condomínio.
Outra pelo fundos dando para uma viela que, também, servia a um edifício grande, com muitos apartamentos por andar.
Ele brincava naquele espaço junto ao portão de ferro vazado que dava para a viela.
Três moleques de 18, 17 e 16 anos ficavam encostados no muro da viela jogando porrinha.
O de 18 era um cafuçu bonito, de traços finos, 177 cm, corpo forte, sempre de calção largo, camiseta e chinelos, estava de cabelo cortado a reco, pois tinha se apresentado ao exército.
O de 17 anos era branco, alourado, nem bonito, nem feio, filho de português, de 175 cm, sempre de calção largo, camiseta e chinelos
O de 16 era nordestino, pequeno, de 168 cm, feio, parrudo, troncudo, invocado, sempre de calção largo, camiseta e chinelos.
Quando cansava da bola, ele ficava olhando os três naquele jogo que parecia interminável.
Sentava-se no chão e apoiava seus queijo nas mãos, e ficava ali, olhando, e os outros pereciam que não o viam.
Um dia o cafuçu estava sentado esperando os dois, e deve ter pensado em algo que ficou de pau duro.
O cacetão saiu para fora do calção folgado e ele começou a bolinar a cabeça.
O menino deu um pulo quando viu aquele pauzão.
Nunca tinha visto nada igual.
Ficou parado sem pestanejar.
Foi aí que o cafuçu notou o garoto.
Não ficou envergonhado, muito pelo contrário puxou a boca do calção para cima, para assim seu cacete ficar bem a vista.
Nisso se ouviu o assovio da empregada do garoto, que pulou e foi para casa.
Por três dias seguidos a cena se repetiu.
“ Como o seu nome?” perguntou o cafuçu se colocando bem perto do portão vazado.
“ Netinho”.
“ Você nunca viu um pau de homem?”
“ Na-nã-não”.
“ Nem do seu primo? Seu tio? Seu cunhado?” perguntava o cafuçu enquanto alisava a pica dura.
O menino estava extasiado.
“ Na-nã-não”, gaguejava mais ainda.
“ Como é o seu piu-piu?”, perguntou esperto o cafuçu para quebrar o gelo.
“ É é é pequeno”.
“ Deixa eu ver”.
O menino arriou o calção e estava com o piruzinho duríssimo.
“ Safadinho. Dá duro igual a meu, né?”
“ Só fica assim quando eu vejo o seu”, respondeu o garoto envergonhado.
‘PORRA esse pirralho já é meu. Vai ser meu, nasceu viado e eu vou comer ele. Se vou’.
Nisso os amigos gritaram :
“ NELSON!!! CADE VOCÊ. PORRA!!!!”
“ Vai embora, não quero que eles te vejam. Vai, vai embora”.
Neto foi contra a vontade, queria ficar ali com seu novo amigo.
Netinho era de constituição nervosa, e de tão excitado ficou com febrão naquela noite.
Os pais o levaram para a casa da avó no Meier.
Quinze dias se passaram, e Neto voltou para casa.
Nem tirou o uniforme do colégio, pegou a bola e correu para a garagem.
Lá estava Nelson, sentado ao lado do portão.
“ NETO. Onde você se meteu. Eu estava preocupado. O que houve?”
“ Mostra, mostra, depois eu te conto”.
Nelson mostrou, mas tava mole.
“ Por que não tá dura? O meu tá”.
“ Porque eu estava preocupado com você. Você sumiu, quase fiquei doente de preocupação . Roce não falou nada. Só sumiu”.
“ Fiquei com febre e fui para casa de minha avó no Méier, mas só pensava em você”.
“ Em mim?”
“ É e nele”.
“Teve saudades?”
“ Tive”.
“ Então pega nele”.
E Neto pegou com as duas mãos.
Fez carinho.
“ Ele é ,lindo”.
Fez mais carinho.
“ Ele é só seu”.
“ Só meu, de nenhum outro menino?”
“ De nenhum outro menino”.
Nelson estava nas nuvens.
Neto era só felicidade.
Nelson pegou o pirulito duro de Neto por cima do calão e ficaram ali por alguns momentos.
“ NELSON!!! CADE VOCÊ. PORRA!!!! VAMOS JOGAR!!1”.
“ Vai, vaza, não quero eles vendo você, meu amorzinho”.
Neto levou outro susto quando ouviu meu ‘amorzinho’ e correu feliz para casa.
“ O piu-piu dele é só meu. De nenhum outro menino”, e dormiu sorrido.
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